domingo, 3 de janeiro de 2010

Restaurante de Comida Japonesa

Qual a especialidade com maior número de estabelecimentos comerciais na cidade de São Paulo? Errou quem pensou em churrasco. De acordo com um levantamento do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, na capital paulista há 600 restaurantes de comida japonesa contra 500 churrascarias. O crescimento na oferta de culinária nipônica na cidade foi superior a 400% em quinze anos. Não se pense que o apetite por sushis deva ser atribuído à numerosa comunidade nipônica paulista. A comida japonesa está em alta em todo o Brasil. Em Brasília, há duas dezenas de restaurantes japoneses, a mesma quantidade de churrascarias rodízios. "Há cinco anos, o número não passava de cinco", diz César Gonçalves, presidente do sindicato dos restaurantes, bares e similares em Brasília. Como se não bastasse, boa parte das churrascarias nas principais capitais oferece sushi e sashimi no bufê de saladas.

A popularização da culinária japonesa é visível nas edições especiais com os melhores bares e restaurantes publicadas por VEJA. Em 1998, quando os guias começaram a ser produzidos, foram indicados quarenta restaurantes japoneses em seis capitais brasileiras. Em 2002, já eram 65 indicações. Em cinco anos, a quantidade de restaurantes japoneses indicados no Recife pulou de nove para catorze. Em Porto Alegre, o número de restaurantes japoneses subiu de dois para nove. Há dois anos, o Guia Brasil, da Editora Abril, testou 140 restaurantes japoneses em todo o Brasil. Na edição 2003, foram 200. Vários motivos explicam a popularidade. Talvez o principal seja a crença de que se trata de uma culinária saudável, devido à pouca gordura. Nesse aspecto, o número de restaurantes japoneses cresceu ao ritmo do aumento da preocupação com a saúde e com a boa forma física.

A popularidade se deve também a preços mais em conta. Há cinco anos, gastavam-se 70 reais por pessoa num restaurante japonês. Hoje, pode-se almoçar por 16 reais num fast food de shopping center. Para o empreendedor, sai muito mais barato abrir um restaurante nipônico, que exige um salão pequeno e poucos empregados, do que uma churrascaria. O investimento inicial médio é estimado em 150.000 reais, enquanto o de um rodízio não sai por menos de 500.000 reais. "O aumento da procura por comida japonesa contribuiu para o surgimento de novos restaurantes, com mão-de-obra cada vez mais especializada", observa o crítico gastronômico Saul Galvão, de São Paulo. À medida que os bolinhos de arroz caíram no gosto dos brasileiros, eles também ganharam novas formas. O restaurante Kaikyo, um dos mais badalados do Rio de Janeiro, oferece um sushi de rosbife – a fatia de contrafilé vem cozida por fora e crua por dentro. O restaurante Sukitake, em Manaus, serve pirarucu, o maior peixe de escamas da Amazônia, assado na chapa e temperado à moda japonesa. "Não fazemos sashimi com o pirarucu porque a carne é muito mole e se desmancha facilmente", diz Maurício Hashimoto, dono do Sukitake.

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